Cabo Verde afirma-se como Gateway to Africa a partir de uma leitura estratégica sobre o seu papel no ecossistema tecnológico internacional. Este posicionamento assenta em fatores estruturais como a localização atlântica, a estabilidade institucional, a ligação histórica à Europa, a inserção no espaço africano e uma diáspora ativa, que, em conjunto, sustentam a proposta de Cabo Verde enquanto plataforma de ligação entre diferentes mercados e ecossistemas.
No quadro da Web Summit Lisboa 2025, este posicionamento orienta a forma como o país se apresenta e estrutura o diálogo com atores internacionais do setor tecnológico. Cabo Verde enquadra-se como ponto de entrada para iniciativas que procuram operar no continente africano a partir de um ambiente institucional previsível, com enquadramento regulatório em evolução e abertura à inovação.
A noção de Gateway to Africa não surge como um conceito isolado ou associado exclusivamente a um evento. Trata-se de uma linha estratégica contínua, que enquadra a internacionalização do ecossistema tecnológico nacional, a atração de investimento, a circulação de talento e o desenvolvimento de parcerias com entidades europeias, africanas e internacionais. Este posicionamento permite deslocar o foco de uma abordagem estritamente nacional para uma lógica regional e transcontinental.
Nas interações estabelecidas durante a Web Summit, esta leitura funciona como base para o diálogo com investidores, startups, instituições públicas e organizações multilaterais interessadas em compreender modelos de entrada no mercado africano. Cabo Verde apresenta-se como facilitador dessas dinâmicas, valorizando a sua capacidade de articulação entre geografias, sistemas e redes de cooperação.
O posicionamento de Cabo Verde como Gateway to Africa integra uma estratégia de médio prazo para o desenvolvimento da economia digital e para a projeção internacional do país. Esta abordagem orienta relações institucionais, enquadra iniciativas de cooperação e sustenta a ambição de Cabo Verde em afirmar-se como plataforma atlântica relevante no ecossistema tecnológico global.
